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Corre(RIA)


Santa Maria. Quinta- feira. São 18h50min. O trânsito em frente ao campus III da Unifra está caótico. Vans, ônibus e carros competem por lugar, por uma vaga para estacionar.

Uns saem, muitos entram no prédio. Sorrisos, feições preocupadas, cansadas espelham o contraste de quem chega para estudar. Para alguns o dia está só começando, para outros, já é o 3º, 4º, ou, talvez, 5º turno.

Cansados ou ansioso, todos atravessam o Hall do Prédio 13- com uma velocidade invejável.

As cores das roupas, o barulho dos saltos e o tatear nos celulares fazem-me esquecer dos últimos raios de Sol, que atravessam pelas vidraças e se escondem em meio ao brilho dos lustres.

Todos passam rápido pelo Hall do Prédio 13- com uma velocidade invejável. Mas, só um fica... (quase que) solitário.

Ali, no canto da porta meus olhos descobrem o que outros não perceberam, ou não quiseram ver: o seu "Zé". Ele é um sujeito boa praça, um funcionário de serviços gerais (por ora porteiro), que há anos trabalha para a instituição.

Me levanto, da onde estou, no canto da escada, e, brinco com ele:

- Nossa! Como elas são rápidas!

Com um olhar seguido de um tímido sorriso, ele responde:

- Igual você. Corre! Porque senão vai perder a aula, disse, acompanhado de uma leve gaitada.

Santa Maria. Quinta- feira. São 19h. Vou correr. A aula já começou.

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Um transeunte

 

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