Corre(RIA)
- Lorenzo Franchi
- 5 de ago. de 2017
- 1 min de leitura

Santa Maria. Quinta- feira. São 18h50min. O trânsito em frente ao campus III da Unifra está caótico. Vans, ônibus e carros competem por lugar, por uma vaga para estacionar.
Uns saem, muitos entram no prédio. Sorrisos, feições preocupadas, cansadas espelham o contraste de quem chega para estudar. Para alguns o dia está só começando, para outros, já é o 3º, 4º, ou, talvez, 5º turno.
Cansados ou ansioso, todos atravessam o Hall do Prédio 13- com uma velocidade invejável.
As cores das roupas, o barulho dos saltos e o tatear nos celulares fazem-me esquecer dos últimos raios de Sol, que atravessam pelas vidraças e se escondem em meio ao brilho dos lustres.
Todos passam rápido pelo Hall do Prédio 13- com uma velocidade invejável. Mas, só um fica... (quase que) solitário.
Ali, no canto da porta meus olhos descobrem o que outros não perceberam, ou não quiseram ver: o seu "Zé". Ele é um sujeito boa praça, um funcionário de serviços gerais (por ora porteiro), que há anos trabalha para a instituição.
Me levanto, da onde estou, no canto da escada, e, brinco com ele:
- Nossa! Como elas são rápidas!
Com um olhar seguido de um tímido sorriso, ele responde:
- Igual você. Corre! Porque senão vai perder a aula, disse, acompanhado de uma leve gaitada.
Santa Maria. Quinta- feira. São 19h. Vou correr. A aula já começou.
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