Andar de Bicicleta
- Lorenzo Franchi
- 6 de jul. de 2016
- 1 min de leitura

Na vida tudo é gradual. Nascemos, murmuramos, aprendemos a falar, andar, correr, cantar, enfim... Um passo de cada vez, uma conquista após a outra.
Ao limpar a garagem, em algum destes sábados monótonos, encontrei minha primeira bicicleta. Ah, lembrar-se daquelas tardes, das férias, dos caminhos, trilhas e tombos que juntos passamos me tirou gargalhadas, sozinho.
Aquela velha “cross” roxa, já enferrujada, me fez pensar na vida. Lembrei-me dos meus sonhos, amores, desamores, amigos e família. Ela me trouxe ligeira liberdade. Ganhava as ruas, pulsava em adrenalina, estava sempre rodeado de pessoas importantes, como num bom sonho.
Os amores eram cada pedalada, cada subida de morro, cada atravessar de rio, cada brilhar de olhos em horizontes desbravados e alcançados. Mas também, tinham as “raras” quedas, os arranhões e machucados, ou desamores.
Não posso querer viver só sorrindo (bem queria). É preciso passar por períodos de medo, breve dor, desconfiança para sorver de momentos impares de supra sumo. A felicidade é passageira, para alguns utópica, mas se ao longo destes 20 anos aprendi é que a duração dela depende de você e, deve ser apreciada ao máximo.
Não importa o tamanho do tombo, estaremos sempre dispostos a correr novos riscos para voltar a pedalar, amar e sorrir. Afinal, a vida é como andar de bicicleta.
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